HÁ ALGUM TEMPO ATRÁS, estive em um certo lugar (um abrigo) para visitar uma menina, vou chamá-la aqui de Alícia (para resguardar sua identidade), que estava em disciplina em um quarto por causa do seu mau comportamento. Quando entrei ela estava sentada no chão em silêncio empilhando alguns brinquedos. Ela olhou para mim e rapidamente abaixou o olhar, então resolvi me sentar também no chão, ao lado dela. Eu disse: “Então Alícia, o que aconteceu?” Ela olhou para mim e começou a contar tudo. Dois dias antes, uma quinta-feira, a cuidadora chamou-lhe a atenção por causa de uma lição de casa que fora achada sem fazer. Alícia respondeu gritando que não iria fazer, a cuidadora foi mais firme, o que Alícia reagiu com muitas palavras feias e até um empurrão. Ela me dizia, foi por isso que estava ali naquele quarto. Perguntei a ela se achava que sua atitude estava correta. Ela novamente abaixando o olhar disse que não. Eu fiz um momento de silêncio, e comecei mostrar a ela como sua atitude ti
Há momentos que não tem jeito, temos que parar e repensar algumas coisas na nossa vida – ou a própria vida. Sendo adulto, é inevitável a entrada numa sequência automática das segundas e terças e quartas e quintas… finais de semana e segunda de novo, é inevitável não se apegar as formas, aos cheiros, aos sabores, aos lados, as direções diárias. A tendência é os hábitos ficarem cada vez mais arraigados, as manias surgirem e os pensamentos seguirem o mesmo curso sempre. São as crises, as dificuldades, numa linguagem mais cristã: as tribulações, que nos param e nos tiram dessa sequência monótona. Já notou isso? Nossa reação imediata quase sempre é o espanto, o medo, a tristeza; mas se soubermos aproveitar a situação, isso será só de início. Assim como depois daquela tempestade que sacudiu tudo, depois de passado todo o barulho e demais coisas que acompanham tal cena, vem a calmaria, vem uma calmaria. E é aqui que paramos e conseguimos pensar fora da sequência automática. Depois da tempest